quinta-feira, 7 de março de 2013

Ideal e idealizado


Hoje, sinto vontade de escrever.
Faz hoje dois anos. Há dois anos atrás, a minha vida estava prestes a mudar. E mudou de maneiras tão bonitas e ao mesmo tempo tão negras. Nem eu sabia o que aí vinha...

Hoje, estamos separados.
Já não dormimos juntos, já não tomamos o pequeno-almoço juntos, não cozinhamos, não vemos televisão, não lutamos pelo "urso", pelo edredon, pelas almofadas. Não gritamos o nome um do outro enquanto nos rimos, não contamos como foi o dia.

Hoje, faço balanço.
Penso em tudo aquilo que foi e que já não acredito que possa voltar a ser. Fomos, não seremos. Isso chateia-me. Fico frustrado ao pensar que quando comecei a sentir que era "isto", que tinha acertado, foi quando se iniciou o fim. Quando comecei a aceitar os convencionalismos, quando dei por mim a querer as tradições, foi quando me começaste a fugir. Quando me permiti pensar que, às tantas, sem sequer dar por isso, tinha encontrado "the one", iniciou-se uma derrocada morosa, mas fatal.

Hoje, tenho-te alguma raiva.
Porque me mudaste. Porque me fizeste perceber que o ideal era construído, não encontrado. O ideal não é o idealizado. Percebi que o ideal era sempre diferente do idealizado. E percebi isto para, no final, me dar conta que vou aplicar estas lições com outra pessoa... Foda-se.

Mas, hoje, não quero ter-te raiva. Nem recuperar sequer alguma amargura da qual já consegui ver-me livre. Quero pensar que foi bonito, e que, às vezes, foi lindo. Foi ideal. Mesmo que apenas durante uma fracção de tempo. Quero pensar naqueles primeiros dias, naqueles primeiros meses. Nas primeiras férias. Nos primeiros jantares. Nas primeiras noites. Deste-me romance a sério, sabes? Na verdade, o que me lixa mais é isso. Mesmo que só durante algum tempo, ou em alguns momentos, deste-me tudo o que eu queria e deste a sério.

Hoje, guardo isso.
Amanhã, se tudo correr bem, assim ficarei.



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Human factors


Com o tempo, começamos a perceber porque é que determinadas coisas funcionam e outras não. Por vezes, envolvemo-nos com projectos que têm tudo para resultar, mas isso simplesmente não acontece. Porquê?

Eu diria (hoje, eu diria...) que está relacionado com o factor humano. Com o facto de nos identificarmos ou não com esse projecto, com as pessoas, com os temas, com as formas, com as ideias, a nível humano.

Várias vezes passei pela situação de acreditar em algo, investir, mas no fundo, no fundo, ter aquela vozinha desconfiada, in the back of my mind, a dizer: "Hmmmmm... não sei, não...". E essa vozinha tem quase sempre razão. Chamem-lhe instinto, sexto sentido, seja o que for. A verdade é que, por vezes, o desfecho anunciado pela dita vozinha interior só foi adiado devido à minha persistência/ insistência. Porque sou um gajo que acredita, acima de tudo. E mergulho nas situações, dou de mim. Mas, após esse tal desfecho, consigo dizer: " Na verdade, sempre soube que isto ia acabar assim."

Agora, isto significa o quê? Que devemos ouvir sempre essa voz, esse instinto, para podermos poupar tempo, chatices, trabalho, investimento a fundo perdido? Ou continuamos a acreditar? Continuamos a dar de nós até provas em contrário? Não sei. É difícil encontrar um caminho, o nosso caminho. E, na maior parte dos casos, trata-se de uma questão de tentativa e erro, até não se errar mais.

E o tal factor humano? No meu caso, cada vez acredito mais que essa é a chave para conseguir funcionar nos diferentes ambientes/ situações. Não gosto de pessoas arrogantes, não gosto de pessoas centradas em si próprias, não gosto de pessoas individualistas, não gosto de pessoas frias, não gosto de pessoas fake, não gosto de posers. Meto-os a todos no mesmo saco e deito fora. E, no entanto, ao longo do caminho, acabei por me relacionar com pessoas assim. Mas a minha paciência para esse estilo é cada vez menor. Sinto-me bem quando sinto que posso confiar. Quando sinto que estou no mesmo comprimento de onda que as pessoas à minha volta. E principalmente a nível humano.

Acho que é bom, necessário até, aprimorar as capacidades de triagem para podermos escapar ao que não nos faz bem. Mas como? Apoiamo-nos na tal vozinha? Acreditamos nela ou acreditamos nas pessoas?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Frango e Sonasol

E então é Natal. Como eu detesto isto.
Don't get me wrong, eu gosto das luzinhas, das musiquinhas, das comidinhas. Detesto porque nunca corresponde a uma expectativa desmesurada e incontrolável e é sempre e acima de tudo AWKWARD.

Os silêncios, a conversa de circunstância, as gargalhadas forçadas, a conversa da treta, as fofocas, as tensões mal disfarçadas, o subtexto passivo agressivo, a falta gritante de toda e qualquer referência a qualquer ponta de significado religioso neste FERIADO RELIGIOSO.


Oh god.
Pró ano, vou prás Maldivas.

sábado, 3 de novembro de 2012

Piranha

Gosto disto. O que é que querem? Gosto. Ainda por cima com o Jimmy Fallon e os The Roots.




domingo, 26 de agosto de 2012

Aprender com os erros... outra vez

Não é super irritante quando fazemos merda que há algum (ou  muito) tempo atrás tinhamos prometido que não voltávamos a fazer? É muito irritante. E ridículo. E faz-me sentir ridículo também.

Message for the day: stop looking for great things in stupid places!!!

Porque se o tempo apaga tudo (as coisas más que queremos muito esquecer, por exemplo), também apaga aquelas coisas que não queríamos esquecer porque foi um cagalhão tão grande na altura que nem pensar em repetir a experiência. E as pessoas são tão estúpidas (e há tantas, mas tantas) que elas próprias nos ajudam a pensar "Porque é que tens tanta vontade em ser estúpido também??"

APRENDE!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

It's all Plato's fault

Estou irritado. E, por outro lado, extremamente bem disposto. Isto é a coisa mais estranha dos últimos tempos. And that's saying something.

Estou irritado porque continuo a ser um babaca pelas coisas erradas. Ou seja, a preocupar-me com aquilo que não deveria preocupar-me. A ser obcecado (ou quase...) com coisas que não deveriam ocupar espaço mental. Estou irritado porque a vida não dá volta para melhor sem dar outra para pior. E ando nesta puta de corda bamba em que não dá para ser totalmente infeliz nem saltar de felicidade total. Talvez isto seja a "vida". Mas também isso é irritante. E ridículo, foda-se!

A maior parte das vezes, sabe-me bem ter a vida como uma incógnita, não saber o que pode vir a acontecer. Mas outras vezes, apetecia-me saber, não sofrer com esta antecipação do que vai acontecer ou não e quando. Merda!

Por outro lado, lembro-me de coisinhas positivas que vão acontecendo, de situações boas e fico tranquilo, fico quase feliz.

Eu sou o espelho das duas faces. Eu sou a comédia e a tragédia. Dizem que o Platão era bipolar e eu também acho que sim. Quem diz é quem é, por isso... fodeu.


Pois.


PS. Podia personalizar. Podia falar do que me tem passado pela cabeça. Podia falar da merda que tem sido viver alguns dos meus dias neste(s) último(s) mes(es). Mas também estou naqueles dias em que acho que a net não é para purgar.

Ponto final.